Possuo mestrado em Ambiente e Sustentabilidade realizado no Departamento de Geografia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio), Brasil em 2016. Minha dissertação de mestrado foi intitulada: "Óleo de palma: impactos no meio ambiente e desafios para a produção sustentável no sudeste da Ásia ". Enquanto buscava meus interesses académicos, também participei do desenvolvimento e implementação de projectos na área de ambiente. Nesse mesmo período, trabalhei como gerente de projectos no Centro de Ambiente da PUC Rio, onde fui responsável por projectos ambientais em parceria com ONGs internacionais e locais, além de captar recursos financeiros de empresas privadas e instituições pública. Em 2017, mudei-me para Portugal para fazer um doutoramento em Alterações Climáticas e Políticas de Desenvolvimento Sustentável na Universidade de Lisboa , com foco em: "Como as indústrias da EU podem contribuir para reduzir seus impactos no desflorestamento na produção de óleo de palma na Indonésia". Sou formada em Gestão com especialização em Marketing e tenho mais de 18 anos de experiência em marketing e gestão executiva, incluindo empresas internacionais nos sectores farmacêutico, cosmético, alimentos e academia. Um dos problemas que surgiu durante a investigação para meu mestrado e novamente no doutoramento, diz respeito aos impactos do desflorestamento da produção de óleo de palma na Indonésia para atender as cadeias de suprimentos de óleo de palma. O impacto das grandes empresas através suas cadeias de suprimentos, pode influenciar no desflorestamento para plantação de óleo de palma, no (des)equilíbrio frágil da biodiversidade e nas emissões de CO2. O maior desafio é entender a questão do óleo de palma em todas as suas dimensões. Os pontos de vista positivos e negativos. A percepção das empresas, sociedade civil e académicos. Para mim, sempre ficou claro que o espaço de uma empresa transcende seus limites físicos. Como agente social, as empresas influenciam directamente a vida pública e o dia-a-dia das comunidades com as quais se relacionam. Portanto, as organizações têm uma responsabilidade que vai além do âmbito económico. A responsabilidade ambiental, social e sustentável se estende não apenas ao ambiente interno de negócios, mas também através das relações estabelecidas entre funcionários, clientes e as comunidades com as quais essas empresas dialogam. Meus 18 anos de trabalho em grandes empresas me proporcionaram uma visão única de como essas organizações operam. Este conhecimento é particularmente importante não apenas do ponto de vista analítico, mas também no desenvolvimento prático de políticas para engajá-las efectivamente. Eu imagino que, assim como as empresas tem uma capacidade destrutiva, em algum momento elas começam a entender que o esgotamento dos recursos do planeta levam ao seu fracasso e, por tanto, é de sua responsabilidade redesenhar suas operações comerciais e incentivar os vários atores a mudar o modus operandi atual para proteger o suprimento de ecossistemas essenciais de amanhã.